Este blog foi criado para apoio e arquivo das aulas de Cidadania e Profissionalidade - área de competência dos cursos de Educação e Formação de Adultos. Inclui vários documentos de trabalho bem como trabalhos de alunos da Escola Sec c/ 3º ciclo Ferreira Dias.
Nota: no rodapé do blog é possivel o download dos documentos em word.
- Formadora: Margarida Gomes

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Património da Unesco em Portugal

Centro Histórico de Angra do Heroísmo nos Açores. 1983
Critérios:
C iv: excelente exemplo de um tipo de construção ou um conjunto arquitectónico ou tecnológico ou paisagístico ilustrando um ou mais períodos significativos da história da humanidade.
C vi: directa ou materialmente associado a acontecimentos ou tradições, ideias, crenças ou obras artísticas e literárias com um significado universal.

Breve descrição: Esta cidade, situada numa das ilhas do Arquipélago dos Açores, foi um porto de escala obrigatório desde o século XV até ao aparecimento dos barcos a vapor, no século XIX. As suas imponentes fortificações de São Sebastião e de São João Baptista, construídas há cerca de 400 anos, são um exemplo único de arquitectura militar.



Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém em Lisboa. 1983

Critérios:
C iii: proporciona um testemunho único ou pelo menos excepcional sobre uma tradição cultural ou de uma civilização mesmo que desaparecida.
C vi: directa ou materialmente associado a acontecimentos ou tradições, ideias, crenças ou obras artísticas e literárias com um significado universal.

Breve descrição: Mosteiro dos Jerónimos: Data de 1496 o pedido feito pelo rei D. Manuel à Santa Sé, no sentido de lhe ser concedida autorização para se erigir um grande mosteiro à entrada de Lisboa, perto das margens do Tejo. Em 1501 começaram os trabalhos e aproximadamente um século depois as obras estavam concluídas.
O Mosteiro dos Jerónimos é habitualmente apontado como a "jóia" do estilo manuelino. Este estilo exclusivamente português, integra elementos arquitectónicos do gótico final e do renascimento, associando-lhe uma simbologia régia cristológica e naturalista, que o torna único e digno de admiração. Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, que teriam como funções, entre outras, rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores que da praia do Restelo partiam à descoberta de outros mundos. Hoje é revisto por cada um de nós não apenas como uma notável peça de arquitectura mas como parte integrante da nossa cultura e identidade. Foi declarado Monumento Nacional em 1907 e em 1984 a UNESCO inscreveu-o como "Património Cultural de toda a Humanidade".

Torre de Belém: Proteger Lisboa e a sua barra tornou-se uma necessidade na época dos Descobrimentos. Teve o rei D. João II (1455-1495) a iniciativa de traçar um plano inovador e eficaz, que consistia na formação de uma defesa tripartida entre o baluarte de Cascais, a fortaleza de S. Sebastião da Caparica, na outra margem do rio, e uma terceira fortaleza, a Torre de Belém, que, devido à sua morte, coube a D. Manuel I, seu sucessor, a tarefa de mandar construir. Francisco de Arruda foi nomeado Mestre do Baluarte de Belém. A construção iniciou-se em 1514 e ficou concluída em 1520. Como símbolo do prestígio do Rei, a sua decoração ostenta a simbologia própria do Manuelino - calabres que envolvem o edifício, rematando-o com elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.
Na estrutura da Torre podemos distinguir duas partes: a torre, mais esguia e com quatro salas abobadadas, e o baluarte, de concepção moderna, mais largo e com a sua casamata onde, a toda a volta, se dispunha a artilharia. Actualmente é um referente cultural, um símbolo da especificidade do país que passa pelo diálogo privilegiado com outras culturas e civilizações.




Mosteiro da Batalha. 1983

Critérios:
C i: representativa de uma obra prima do génio criativo da humanidade.
C ii: testemunho de uma troca considerável de influências durante um dado período ou numa determinada área cultural, sobre o desenvolvimento da arquitectura, ou da tecnologia das
artes monumentais, do ordenamento das cidades ou
da formação das paisagens.

Breve descrição: O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, erguido por voto de D. João I, como agradecimento pela vitória dos Portugueses em Aljubarrota no ano de 1385, é o grande monumento do gótico final português, onde também nasceu o estilo manuelino, e um dos mais belos conjuntos monacais da Europa do fim da Idade Média.
O edifício monumental, cuja construção se iniciou por volta de 1386/87 sob a orientação do mestre português Afonso Domingues, compreende a Igreja em forma de cruz latina, com três naves e cinco capelas absidais, a Capela do Fundador, a Sacristia, o Claustro Real, a Sala do Capítulo, o Dormitório primitivo, o Claustro de D. Afonso V e o Panteão de D. Duarte ou Capelas Imperfeitas. Ainda em 1388 o rei D. João I entregou o Mosteiro à Ordem de S. Domingos de Gusmão, a qual até 1834 veio a prestigiar a Batalha.
Devido a vicissitudes diversas e, não obstante algumas campanhas de restauro, é muito pouco o acervo conservado que completava a obra arquitectónica, merecendo especial menção o que resta dos vitrais medievais, expostos na Igreja, Capela do Fundador e Sala do Capítulo.
Dotado o Mosteiro, em 1980, de uma estrutura administrativa própria e já na dependência do Ministério da Cultura, a sua acção visa contribuir para o estudo, compreensão e salvaguarda do Monumento, através de actividades de investigação, de divulgação e de conservação. Neste âmbito aí funciona o Centro de Conservação e Restauro da Batalha, formando técnicos para posterior intervenção na área específica do vitral. Pelo seu significado histórico e importância artística, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória foi classificado como Monumento Nacional em 1907 e, em 1983, e inscrito, pela UNESCO, na Lista de Património Mundial. 


Convento de Cristo em Tomar.1983            

Critérios:
C i: Representativa de uma obra prima do génio criativo da humanidade.
C vi: Directa ou materialmente associado a acontecimentos ou tradições, ideias, crenças ou obras artísticas e literárias com um significado universal.


Breve descrição: Considerado património mundial pela UNESCO, desde Dezembro de 1983, o Convento da Ordem de Cristo e Castelo Templário, em Tomar, formam um conjunto monumental único no seu género: O Castelo foi fundado em 1160 por Dom Gualdim Pais, Mestre provincial da Ordem do Templo em Portugal. Dentro das suas muralhas viveram as primeiras gentes de Tomar.
O coração da fortaleza, a Alcáçova, com a torre de menagem, foi construída a Oriente; o lugar místico, a Igreja octogonal Templária, foi construída a Ocidente. Com o extermínio da Ordem pelas perseguições de Filipe o Belo, Rei de França, os Templários encontraram, em Portugal, a continuidade da sua sagrada missão de Cavalaria. Sob os auspícios de D. Dinis, é fundada a "Ordem dos Cavaleiros de Cristo", a qual foi durante quatro anos negociada pelo monarca com a Santa Sé, e veio a integrar pessoas e bens da extinta Ordem do Templo. É com a Ordem de Cristo que a nação portuguesa se abre para a empresa das descobertas marítimas do séc. XV. Tomar é então sede da Ordem, e o Príncipe Henrique o Navegador, o seu mestre. Com a expansão da fé cristã e do reino, também a sede da Ordem de Cristo se dilata.
Os séculos e a história de Portugal vão deixando, na arquitectura do Convento, testemunhos do tempo e dos homens que lidaram, bem ou mal, com os destinos da Pátria Portuguesa. Durante o governo do infante D. Henrique foram construídos dois claustros góticos no Convento. Com D. Manuel, a igreja Templária é prolongada para Ocidente por uma construção que serviria o Capítulo da Ordem. Profusamente impregnada pela simbólica dos Cavaleiros de Cristo, esta construção aloja na sua fachada ocidental a famosa Janela do Capítulo. D. João III que herda de D. Manuel, seu pai, o trono de Portugal pretende fazer profundas mudanças na Ordem, alterando as suas Regras e transformando os Cavaleiros em Monges. É a partir deste reinado que se iniciam importantes trabalhos de ampliação do Convento, com vista a consumar a Reforma da Ordem. Esses trabalhos vão continuar através de vários reinados e até ao século XVIII, deixando marcas de rara beleza das tendências artísticas que esses tempos viveram. É assim que o Convento de Cristo encerra no seu conjunto arquitectónico testemunhos da arte românica com os Templários, do gótico e do manuelino com as descobertas, prosseguindo com a arte do renascimento durante a reforma da Ordem, depois o maneirismo nas suas várias facetas para se confinar no barroco em ornamentos arquitectónicos.

Da estrutura arquitectural do Convento, além das edificações construídas em torno da igreja Templária, há a salientar o conjunto de quatro grandes claustros articulados por dois eixos em cruz latina, e também um aqueduto com 6 Km de extensão mandado edificar por Felipe II. Integra o domínio do Convento uma área de floresta e cultivo conhecida por Mata dos Sete Montes, porque está confinada por sete colinas de relevo acentuado. Foi o mais alto destes montes que os Templários escolheram para a edificação do seu templo octogonal.

                                                                                             



Centro Histórico de Évora.1988

Critérios:
C ii: testemunho de uma troca considerável de influências durante um dado período ou numa determinada área cultural, sobre o desenvolvimento da arquitectura, ou da tecnologia das artes
monumentais, do ordenamento das cidades ou da formação das paisagens.

C iv: excelente exemplo de um tipo de construção ou um conjunto arquitectónico ou tecnológico ou paisagístico ilustrando um ou mais períodos significativos da história da humanidade.
Breve descrição: Esta vila-museu, que remonta à época romana, teve a sua idade de ouro no século XV, quando foi residência dos reis de Portugal. O seu carácter único vem das suas casas esbranquiçadas caiadas e decoradas de azulejos e balcões de forja que datam dos séculos XVI a XVIII. Os seus monumentos tiveram uma influência decisiva na arquitectura portuguesa no Brasil.



Mosteiro de Alcobaça. 1989

Critérios:
C i: representativa de uma obra prima do génio criativo da humanidade.
C iv: excelente exemplo de um tipo de construção ou um conjunto arquitectónico ou tecnológico ou paisagístico ilustrando um ou mais períodos significativos da história da humanidade.

Breve descrição: A Abadia de Alcobaça, inscrita na Lista de Património Mundial, pela UNESCO, é uma das mais importantes abadias cistercienses europeias, atendendo ao seu estado de conservação e à sua arquitectura, símbolo de Cister. Fundada em 1153, por doação de D. Afonso Henriques a Bernardo de Claraval, a actual abadia só começou a ser construída em 1178. A Igreja, iniciada como era prática corrente pela cabeceira, com três naves à mesma altura, o transepto de duas naves e o deambulatório, formam um conjunto que impressiona pela simplicidade, grandeza e austeridade.
A Abadia de Alcobaça, inscrita na Lista de Património Mundial, pela UNESCO, é uma das mais importantes abadias cistercienses europeias, atendendo ao seu estado de conservação e à sua arquitectura, símbolo de Cister. Fundada em 1153, por doação de D. Afonso Henriques a Bernardo de Claraval, a actual abadia só começou a ser construída em 1178. A Igreja, iniciada como era prática corrente pela cabeceira, com três naves à mesma altura, o transepto de duas naves e o deambulatório, formam um conjunto que impressiona pela simplicidade, grandeza e austeridade.
                              


Paisagem Cultural de Sintra.1995 

Critérios:
C ii: testemunho de uma troca considerável de influências durante um dado período ou numa determinada área cultural, sobre o desenvolvimento da arquitectura, ou da tecnologia das artes monumentais, do ordenamento das cidades ou da formação das paisagens.

C iv: excelente exemplo de um tipo de construção ou um conjunto arquitectónico ou tecnológico ou paisagístico ilustrando  um ou mais períodos significativos da história da humanidade.

C v: excelente exemplo da criação humana ou da ocupação do território, representativa de uma cultura tradicional (ou de culturas), principalmente quando se tornam vulneráveis sob os efeitos de mutações irreversíveis.


Sintra foi, no século XIX, o primeiro foco da arquitectura romântica europeia. Fernando II aqui transformou as ruínas de um mosteiro em castelo onde a nova sensibilidade se exprimiu pela utilização
de elementos góticos, egípcios, islâmicos e da Renascença, e pela criação de um parque conjugando essências locais e exóticas.
Outras residências de prestígio foram construídas segundo o mesmo
modelo na serra e fizeram de este local um exemplo único de parques
e jardins que influenciou diversas paisagens na Europa.
Breve descrição: Sintra foi, no século XIX, o primeiro foco da arquitectura romântica europeia. Fernando II aqui transformou as ruínas de um mosteiro em castelo onde a nova sensibilidade se exprimiu pela utilização de elementos góticos, egípcios, islâmicos e da Renascença, e pela criação de um parque conjugando essências locais e exóticas. Outras residências de prestígio foram construídas segundo o mesmo modelo na serra e fizeram de este local um exemplo único de parques e jardins que influenciou diversas paisagens na Europa.

                                                                                                                                                           



Centro Histórico do Porto. 1996

Critérios:
C iv: Excelente exemplo de um tipo de construção ou um conjunto arquitectónico ou tecnológico ou paisagístico ilustrando um ou mais períodos significativos da história da humanidade.

Breve descrição: Na desembocadura do Douro, a cidade do Porto desenvolve-se nas colinas que dominam o rio e forma uma paisagem urbana excepcional, herdeira de uma história milenar. O seu crescimento continua, ligado à actividade marítima - foram os romanos que a baptizaram como Portus, ou seja, o Porto -, e insere-se na profusão de monumentos que se dispõem harmoniosamente, desde a sua Catedral com coro românico à Bolsa neoclássica, passando ainda pela igreja de Santa Clara, de estilo manuelino típico de Portugal.

Sítios Arqueológicos no Vale do Rio Côa. 1998

Critérios:
C i: representativa de uma obra prima do génio criativo da humanidade. A arte rupestre do Paleolítico superior do Vale do Côa é uma ilustração excepcional da expansão repentina do génio criador,  nos alvores do desenvolvimento cultural do homem.
C iii: proporciona um testemunho único ou pelo menos excepcional sobre uma tradição cultural ou de uma civilização mesmo que desaparecida. A arte rupestre do Vale do Côa expõe, de forma excepcional, a vida social, económica e espiritual dos primeiros ancestrais da humanidade.

Breve descrição: Esta excepcional concentração de gravuras rupestres do Paleolítico superior (de 22000 a 10000 anos a C.) constitui o exemplo mais importante das primeiras manifestações da criação artística humana, até agora desconhecido a um nível semelhante em qualquer outra parte do mundo.
                                                                                                                                                                                                           





Floresta Laurissilva na Madeira.1999           

Critérios:
N ii: Exemplar eminentemente representativo do processo ecológico  e biológico em curso na evolução e desenvolvimento de ecossistemas e comunidades de plantas e animais terrestres, aquáticos,
costeiros e marinhos.
N. iv: Abrange habitats naturais verdadeiramente representativos e de reconhecida importância para a conservação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles onde sobrevivem espécies ameaçadas
de valor universal excepcional sob o ponto de vista da ciência  ou da conservação.


Breve descrição: A floresta Laurissilva da ilha da Madeira, constitui na actualidade o remanescente de um coberto florestal primitivo que resistiu a cinco séculos de humanização. Segundo narrativas contemporâneas da descoberta da Madeira (1420), toda a ilha era coberta de extenso e denso arvoredo, razão pela qual os navegadores portugueses atribuíram o nome de "Madeira", à ilha.
Trata-se de uma floresta com características subtropicais, húmida, cuja origem remonta ao Terciário onde chegou a ocupar vastas extensões do Sul da Europa e da bacia do Mediterrâneo. As últimas glaciações levaram ao seu desaparecimento no continente europeu, sobrevivendo apenas nos arquipélagos atlânticos dos Açores, da Madeira e das Canárias.
A Laurissilva madeirense ocupa uma superfície de 15000 hectares (representando 20% do total da ilha), nas encostas viradas a Norte, revestindo de forma luxuriante as íngremes vertentes e os profundos e alcantilados vales do remoto interior, representando nos nossos dias a mais extensa e a melhor conservada Laurissilva das ilhas atlânticas.
Toda a área de ocorrência de Laurissilva integra o Parque Natural da Madeira, conferindo-lhe assim um forte estatuto de protecção. Em 1992 foi incorporada na rede de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa e constitui Zona de Protecção Especial-ZPE, no âmbito da Directiva Aves.
A Laurissilva da Madeira ascendeu à qualidade de Património Mundial Natural da UNESCO em Dezembro de 1999.

A floresta Laurissilva apresenta um aspecto uniforme, sempre verde, ao longo de todo o ano, dado que a quase totalidade das árvores e dos arbustos que a compõem, nunca perdem a folha. Entre as árvores especial destaque merecem o Til, o Vinhático, o Loureiro e o Barbusano, todas da família das Lauráceas.
A Laurissilva dá abrigo a numerosos endemismos principalmente a nível dos estratos arbustivo e herbáceo. É de realçar também a grande diversidade e desenvolvimento que as comunidades de líquenes e de briófitos, principalmente as epífitas, apresentam.
As humidades trazidas pelos ventos dominantes de Nordeste, são retidas e condensadas pela Laurissilva que proporciona, assim, abundantes caudais de que dependem a irrigação dos campos agrícolas e o abastecimento de água aos centros urbanos.
O Tentilhão da Madeira (Fringilla coelebs maderensis), faz parte da peculiar avifauna da Laurissilva, onde é abundante. A par das aves, merece destaque a presença de inúmeros moluscos e insectos endémicos.
Desde os primórdios da colonização da ilha da Madeira, os caudais que a "floresta produtora de água" proporciona foram vitais para a economia da ilha. A partir da segunda metade do século XX, as águas, transportadas por extensas "levadas", passaram a produzir energia nas centrais hidroeléctricas.



                                               

Centro Histórico de Guimarães.2001

Critérios:
C ii: Guimarães é de um considerável significado universal, na medida em que aqui se desenvolveram técnicas especializadas de construção de edifícios durante a Idade Média que depois foram exportadas para as colónias portuguesas, na África e no Novo Mundo, transformando-se, mesmo, em características essenciais.
C iii: A história de Guimarães está intimamente associada com o estabelecimento da identidade nacional portuguesa e da língua portuguesa no século XII.

C iv: Guimarães, uma cidade excepcionalmente bem preservada, reflecte a evolução de alguns edifícios particulares desde os tempos medievais até ao presente, com particular incidência entre os séculos XV e XIX.

Breve descrição: O Centro Histórico de Guimarães encerra nas suas eclécticas edificações parte significativa da História do nosso território. Desde as habitações "terreiras", às de um e dois sobrados, a par de edifícios medievais tão emblemáticos, como o do Paço Condal, passando pela edificação das características residências nobiliárquicas - as denominadas "Casas-Torre" -, tudo contribuiu para o carácter verdadeiramente ímpar deste conjunto arquitectónico, evidenciado por uma intensa construção de "paços" urbanos a partir do século XV. Ao longo do século XVI foram-se criando outras tipologias habitacionais aristocráticas, que, no seu conjunto, conferiram uma imagem muito própria a este centro, e das quais se destaca a singularidade formal e decorativa das suas fachadas, o cuidado aposto no aparelho das suas cantarias, bem como a frequente colocação de pedras de armas.
E, se o século XVII se pautou por uma diversificação tipológica residencial, também se assistiu a uma acentuada uniformização da altura dos edifícios, com a presença de um piso térreo e de dois sobrados, bem como a ausência de cornijas e consequente assentamento da cobertura directamente sobre o topo das fachadas e avanço dos beirais sobre os arruamentos. Entretanto, foi com o derrube sistemático das muralhas da cidade ao longo do século XIX que se criaram diferentes conjuntos urbanos em conjugação com os novos ideais burgueses, enquanto no século XX se assistiu à edificação de infra-estruturas imprescindíveis às novas vivências quotidianas, sempre com o cuidado de as integrar harmoniosamente na malha urbana pré-existente.
                                                                                                             



Alto Douro Vinhateiro.2001

Critérios:
C iii: testemunhe um importante intercâmbio de valores da humanidade durante um período determinado ou numa dada área cultural, tendo influenciado o desenvolvimento da arquitectura ou da tecnologia, das artes monumentais, da planificação das cidades ou da criação de paisagens;
 C iv: se apresente como exemplo eminente de um tipo de construção ou de um tipo de conjunto arquitectónico ou de paisagem ilustrando um período ou períodos significativos da história da humanidade;
C v: constitua um exemplo tradicional iminente de estabelecimento humano ou de ocupação do território (solos/mar), representativo de uma cultura (ou de culturas), sobretudo se se tornar vulnerável sob o efeito de mutações irreversíveis;


Breve descrição: O Alto Douro Vinhateiro é uma zona particularmente representativa da paisagem que caracteriza a vasta Região Demarcada do Douro, a mais antiga região vitícola regulamentada do mundo. A paisagem cultural do Alto Douro combina a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes e solos pobres e acidentados, com a acção ancestral e contínua do Homem, adaptando o espaço às necessidades agrícolas de tipo mediterrâneo que a região suporta. Esta relação íntima entre a actividade humana e a natureza permitiu criar um ecossistema de valor único, onde as características do terreno são aproveitadas de forma exemplar, com a modelação da paisagem em socalcos, preservando-a da erosão e permitindo o cultivo da vinha. A região produz o famoso vinho do Porto, representando o principal vector de dinamização da tecnologia, da cultura, das tradições e da economia locais. O grande investimento humano nesta paisagem de singular beleza tornou possível a fixação das populações desde a longínqua ocupação romana, e dele resultou uma realidade viva e em evolução, ao mesmo tempo testemunho do passado e motor do futuro, solidamente ancorado na optimização dos recursos naturais e na preservação das ambiências.




Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico. 2004

Critérios:
C iii: um exemplo notável de paisagem que ilustra uma resposta unica da vinicultura que transforma numa pequena ilha vulcânica após a chegada dos primeiros colonos no século XV
C v: os colonos transformaram uma paisagem rochosa e aparentemente improdutiva, numa extraordinária paisagem de pequenos talhões cintados de muros de pedra talhada pelo homem testemunho do trabalho de gerações de pequenos agricultores que, num ambiente hostil, conseguiram criar um modo de vida e um vinho de grande qualidade.


Breve descrição: A paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico, ocupa uma área total de 154,4 ha, envolvida por uma zona tampão de 2445,3 ha e é composta por dois sítios - o lajido da Criação Velha e o lajido de Santa Luzia. Estes sítios foram eleitos por constituírem excelentes representações da arquitectura tradicional, do desenho da paisagem e dos elementos naturais, partes integrantes da “Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha da Ilha do Pico” (PPIRCVIP). Os lajidos da Criação Velha e de Santa Luzia, estão implantados em extensos campos de lava caracterizados por uma extrema riqueza e beleza geológica e paisagística.
A diversidade faunística e florística aí presente está associada a uma abundância de espécies e comunidades endémicas, raras e com estatuto de protecção.
As vinhas que produzem o vinho do Pico, eram e são plantadas nas fendas existentes em finas bancadas de basalto, o que confere à paisagem daí resultante um carácter único. Como já foi referido anteriormente, com árduo labor e muito esforço o Homem introduziu bacelos numa vastidão de rocha negra e dura, até então considerada totalmente improdutiva. Devido à ocorrência de ventos fortes provenientes de todos os quadrantes e ao rossio do mar, foram elevados muros de abrigo com a pedra basáltica retirada do próprio local, que deram origem a uma estrutura reticulada, planeada para tirar o máximo proveito do terreno e para facilitar o transporte e armazenamento das colheitas, bem como o escoamento do produto final. Bem junto à linha da costa, um longo e acidentado caminho foi sendo definido no basalto pela passagem do rodado dos carros de bois. Outro, com alinhamento aproximadamente equidistante do primeiro, a atravessar mais elevadas cotas do interior, delimitava superiormente a área de produção, para cima do qual se via obrigada a morar a maior parte dos trabalhadores.

http://www.culturaonline.pt/MuseusMonumentos/patrimoniomundial/Pages/default.aspx

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