Este blog foi criado para apoio e arquivo das aulas de Cidadania e Profissionalidade - área de competência dos cursos de Educação e Formação de Adultos. Inclui vários documentos de trabalho bem como trabalhos de alunos da Escola Sec c/ 3º ciclo Ferreira Dias.
Nota: no rodapé do blog é possivel o download dos documentos em word.
- Formadora: Margarida Gomes

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Globalização e desigualdades sociais

Globalização e desigualdades sociais
Os 20% da população mundial, que vive nos países mais ricos, viu sua renda crescer entre 1960 e 1995 de forma fantástica, aprofundando o fosso da desigualdade no mundo. Ela passou de 30 a 82 vezes superior à renda dos 20% da população mundial dos países mais pobres. Os 20% mais pobres do planeta têm que dividir entre si 1,4% da renda mundial (Pnud, 1997). Sobram alimentos no mundo, no entanto 800 milhões de seres humanos passam fome, dos quais 500 milhões sofrem de subnutrição crónica (Pnud, 1966).

Princípios e valores éticos estão na base da crítica ao processo de globalização económico-financeira, regulada pela lei selvagem do mais forte em termos de mercado e pela repressão policial-militar, se necessário for, a serviço da estratégia de busca de lucros e acumulação dos grandes conglomerados multinacionais.
Outro mundo é possível? Qual é este outro mundo?
Certamente plural e diverso como somos, includente e solidário para dar lugar a todos, de liberdade e participação como condição da afirmação da dignidade humana para todas as pessoas, democrático e multipolar.
Diante da diversidade de culturas, religiões e estilos de vida, de situações geográficas, processos e estruturas, diversidade de género e etnias, de idade e opções que nos caracterizam, pela primeira vez na história humana temos, em escala planetária, possibilidades reais de nos reconhecermos na qualidade comum de cidadãs e cidadãos, compartindo os mesmos recursos.
Enfim, contra a homogeneidade dos mercados e o pensamento único da globalização, buscamos um mundo em permanente construção, fundado na promoção de todos os direitos humanos para todos os seres humanos e no acesso e uso solidário, responsável e sustentável dos recursos naturais de que dispomos.
 Trata-se da consciência de humanidade na diversidade do que somos e da consciência dos limites e possibilidades de nosso maior património e bem comum, a natureza que nos dá vida. Consciência que se expressa na radicalidade de reconhecer-nos todas e todos como portadores dos mesmos e iguais direitos, nossa comum cidadania no planeta Terra.
Na verdade, vivemos num mundo invertido. Em vez de a economia servir à sociedade, é a sociedade que se vê subjugada à economia.
Estamos diante de uma encruzilhada de civilização e não só de um problema económico. Pela primeira vez, não é a escassez o nosso problema, mas o modo de produção e a distribuição da abundância. Não faltam recursos. Pelo contrário, está em questão o modo de gestão.
Por isso, é a desigualdade, e não mais a pobreza em si, o grande e central problema. A pobreza que temos não é fruto da escassez, da falta de crescimento económico, mas da injustiça social.

Cândido Grzybowski (adaptado)

Fórum Social MundialO Fórum Social Mundial (FSM) é um evento organizado por movimentos sociais de diversos continentes, com objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global. Seu slogan é Um outro mundo é possível.O número de participantes tem crescido nas sucessivas edições do Fórum: de 10 000 a 15 000 no primeiro fórum, em 2001, a cerca de 120 000 em 2009, com predominância de europeus, norte-americanos e latino-americanos, exceto em 2004, quando o evento foi realizado na Índia.
O que traz de novo o Fórum Social Mundial (FSM) para o debate sobre a globalização?
A força motriz do FSM é a emergência de uma nova consciência, atravessando novos e antigos movimentos sociais, organizações e entidades da sociedade civil, redes, alianças, coalizões e campanhas mundiais.
Wikipedia (adaptado)

Fórum Social Mundial (FSM) 2011
Tempo de crises globais mais complexas
Mario Osava, da IPS
O neoliberalismo, com sua globalização financeira, foi o inimigo que mobilizou os ativistas das mais diversas origens que há dez anos inauguraram em Porto Alegre o Fórum Social Mundial (FSM), instância de reflexão e articulação por “outro mundo possível”. Em sua décima-primeira edição, que começa no dia 6 em Dacar, o FSM encontra um mundo onde as políticas neoliberais perderam sentido e a ameaça é um colapso por variadas crises combinadas, como as financeira, climática, alimentar e hídrica.
O imperialismo norte-americano, outro alvo preferencial dos altermundistas, perdeu grande parte de seu poder econômico, enquanto a China emerge como outra superpotência também com práticas coloniais, embora sem militarismo nem exportação de suas crenças e seu modo de vida, pelo menos neste momento. O dinamismo dos grandes países chamados “em desenvolvimento” tirou centenas de pessoas da extrema pobreza, mas as desigualdades no mundo e dentro de cada Estado continuam intoleráveis, bem como a fome em muitas partes do mundo.
A ameaça climática se faz presente no aumento de mortes, refugiados e perdas agrícolas devido aos eventos extremos. Um grande poder destrutivo permanece nas finanças, com US$ 860 trilhões em investimentos especulativos circulando no mundo, segundo o Banco de Pagamentos Internacionais. Esta soma equivale a 13 vezes o produto mundial bruto.
Tudo se agrava pelo “desgoverno planetário”, pela falta de instituições capazes de enfrentar “problemas globais”, segundo o economista brasileiro Ladislau Dowbor, que leva à capital do Senegal ideias de um grupo de intelectuais que, sob o título “Crises e Oportunidades”, discute soluções sistêmicas para os problemas convergentes.
Não é sustentável a crescente concentração da riqueza que leva dois terços da humanidade à exclusão do progresso, vivendo com 6% da renda mundial, como tampouco o é seguir no “Titanic ambiental”, esgotando os recursos naturais, “o solo e a vida marítima”,

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